A palavra patologia tem sua origem no grego, com a
união dos termos Pathos
(doença/sofrimento) e Logos (estudo).
Como o nome sugere, essa especialidade médica estuda as alterações
estruturais e funcionais das doenças, identificando suas causas e efeitos.
Exatamente por contar com esse conhecimento, o patologista é conhecido como o profissional
do diagnóstico.
Assim como o termo, a própria patologia tem
suas raízes na terra dos filósofos. Embora não seja possível precisar um marco
inicial, a origem da especialidade remonta à Grécia Antiga e se funde à origem
da própria medicina ocidental como a conhecemos.
Nesses milhares de anos a
patologia passou por cinco fases distintas. Em cada uma delas a explicação da
origem dos estados das doenças foi diferente, influenciada pelo conhecimento
disponível na época:
·
Fase Humoral (da Idade Antiga ao final da Idade Média):
A
origem das doenças nessa época era explicada pelo desequilíbrio
dos líquidos do corpo, como água, sangue e linfa. Para os primeiros
patologistas, esses líquidos chamados de humores seriam os controladores de
toda a função biológica. As doenças eram diagnosticas e tratadas dessa forma,
sendo comuns as sangrias.
·
Fase Orgânica (do século XV ao XVI):
Nesse
período, houve o desenvolvimento da observação dos orgãos do corpo. Os
patologistas buscavam entender o motivo do adoecimento, sobretudo com
necrópsias. Uma das representações mais icônicas dessa fase da medicina talvez
seja a pintura A Lição de Anatomia do Dr. Tulp,de Rembrandt.
·
Fase Tecidual (do século XVI ao XVIII):
Nessa fase, os olhares dos especialistas foram voltados à
estrutura e organização dos tecidos. É nesta época que se iniciam os primeiros
estudos sobre as alterações morfológicas teciduais e suas relações com os desequilíbrios funcionais.
·
Fase Celular (século XIX):
Considerado
a introdução da Patologia Moderna, esse período é marcado pelo
início da utilização da ferramenta mais representativa do patologista - o
microscópio. Começou assim o estudo das alterações morfológicas e funcionais
das células, ampliando ainda mais os horizontes da especialidade.
·
Fase Ultracelular (século XX):
É o momento da patologia em que nos encontramos hoje.
Graças ao avanço científico, a especialidade passou a envolver conceitos de
áreas como biologia molecular e genética, entre outras. A
tecnologia na área está facilitando a ampliação dessa linha de estudo.
Mais do que a incorporação de novos
conhecimentos e técnicas, o que permitiu o avanço da patologia nesses mais de
três mil anos de história foi o trabalho árduo dos patologistas, profissionais
que sempre estudaram incansavelmente os mistérios do corpo humano.
Esses homens e mulheres são o tema do próximo
texto da nossa série sobre a história da patologia, que estará disponível na
semana que vem!